quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

sem linearidade

Escrevo debruçada na janela do meu quarto, onde fumo meu cigarro, quente, macio. Aqui penso em como distinguir a realidade dos meus sonhos, como descobrir o que são os meus tais sonhos e o que pode se tornar realidade. As cabeças rolam e cada vez mais penso que não consigo cumprir o acordo esperado, ou os acordos. Não me ato, não me desato. Me prendo sem me prender, me perco nos sonhos e na falta de completude.
Hoje eu pensei nos momentos que a minha memória faz questão de reinventar. A confusão mental paira no recinto e o vento que sopra pra dentro do quarto só me faz imaginar que nada do que vivi é real, como essa brisa na noite abafada de verão.
Preciso entender o que me cerca e o que cerco. Preciso compreender o que faz parte do imaginário e o que não. Preciso saber se as histórias são reais. Preciso matar minha sede, me aquietar, me por em mim e reatar a relação consistente que tinha comigo mesma.

Só assim a vida continua, porque se continuar desse jeitinho assim, o de agora mesmo, não o futuro, será o fim novamente.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

há dias que não importa muito a sua condição, nem tratamento.
a agitação causada sem precedentes impacta meu ser de um jeito mais ofensivo que outrora.
estamos no meio do oceano e essa inquietação não me faz enxergar claramente.
espero por um barco que possa me salvar, porque já cansei de nadar no infinito.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

hoje eu descobri que a minha tristeza é crônica e tratável.
hoje eu descobri que estou fadada a tomar remédios para sempre.
hoje eu descobri que meu sentimento é uma disfunção química biológica.
hoje eu entendi que tudo o que se passa, que a minha inspiração é baseada em um defeito.
hoje eu não sei mais o que o sou, ou que penso, o que respiro.
minhas conexões podem ter sido vãs.
minhas inspirações podem ter sido euforias.
já não sei se o que escrevo agora são sentimentos reais ou problemas psicossomáticos.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

hoje acordei com vontade de deixar o mundo.
não que ele esteja me largando, ou brigando comigo.
só quero deixar as coisas passarem.
falta o desejo.
é como um barco que naufraga no meio do oceano.
já tive jardins no oceano.
já fiz ninhos.
hoje, afundo.

já não sei mais como passar por isso.
agridoce agora se misturam.
mas confesso estar mais amarga.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

nada como um bom soco na cara para inspirar e perceber que a vida não é um sonho.
Ela se depara com mais um escolha: saber se vai ou fica. As coisas não andam simples na cabeça de Jane, e o que ela pode fazer? Já não possui controle sobre sim mesma, acha que sabe, acha que entende, mas no fim e no fundo, ela não passa de uma garotinha mimada com problemas na administração de seu próprio ócio.
Os tempos mudaram e o que ficou, além de, claro, um maço vazio de cigarro, copos vazios de um destilado qualquer, cicatrizes.
Ela olha para cima como quem sabe a decisão que deve ser tomada, mas sua mãe pediu para que fosse enterrada por aquelas pequenas, frágeis até, mãos e mente menor ainda.
Jane olha para os céus pedindo respostas. Ela que antes não acreditava em nada, pediu em suplica, em prece, que tudo fosse mais simples. Em seguida se arrepende e pensa que se fosse a vida não teria graça e afinal, com quem ela estava falando, se não consigo mesma.
Sua dor cessa por alguns instantes, quando ela se lembra que nada daquilo realmente é.
A impulsão toma conta do ser como se fossem melhores amigas desde, sei lá, sempre. Suas mãos correm pelos braços, pernas e ela desconta.
Jane tem sua petit mort.
Jane vira.
Jane toma seus comprimidos.
Jane dorme.


(roubando personagens na calada da noite)

divago



me encarcero
me prendi em mim
agora entendo melhor
vejo as coisas com mais clareza
meus demônios não vão me abater
minhas escolhas são minhas e de mais ninguém
sou pássaro preso
prendi a mim mesma
certas jaulas no fazem pensar melhor

me desata e não percebe
escorri por entre os teus dedos
já não existe espaço 
sentimentos de amor são encobertos
são seus sentimentos confusos
você me busca nos seus pensamentos
eu já não existo mais
sou memória não lúcida
e tudo que tivemos
como saber se era real?
desatino e vou 
não é o primeiro
e nem será o último
good bye my friend
see you in hell?
please
discrente
discreta
sigo meu caminho
certo ou errado
sigo do meu jeito

sábado, 19 de outubro de 2013

viro vítima dos meus próprios atos.
eles me perseguem, me aprisionam dentro de mim mesma.

eu me lanço.
chego, entro sem bater.
para mais tarde,
pára mais tarde,
muito mais tarde...

a sorte, e a cara de pau,
me permitirem que você se permita.
desculpas necessárias.
meus demônios não me permitem.

há culpa
a culpa
de que lado
de que jeito

suspiro independente segura e libera o meu ar.
discorro por alto minhas atitudes, percebo que não são recíprocas aos meus desejos.
compasso em descompasso com ritmo percebido.

até onde sou capaz de me privar das minhas sensações?
até onde vou para satisfazer as deles.
uma fuga agora cairia como uma aliança,
adorno com diversos significados.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Real

a imagem fixada que eu não quero apagar.
o cheiro que se foi, mas finjo que está.
aquela camisa de banda que uso uma vez por semana
só pra ver se eu invoco um fragmento do nosso passado.
teu jeito que mudou, tua forma mudou, teu rosto.
espero que seu coração continue doce, que isso não tenha mudado.
apesar dos buracos no asfalto.

cool guy, take care.

don't forget: you're a sweet sweet boy, but it's a cruel cruel world.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

comecei a confundir a realidade com os sonhos.
ultimamente não tem me faltado nada. nem sexo, nem carinho, nem amigos...
não cabe no peito o que sinto
o sono me consome
meu sono que não passa
ou o sono que não existe
o vazio que costumava me suprir passou
passou a ser apenas vazio
arrombado no meio do peito

eu, menina, não mulher, vinte e poucos anos, vazia.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Digo que estou
Sem saber se vou
Digo o que não sou
Sem saber quem

As minhas palavras só fazem sentido na minha cabeça
A questão de interpretação tá ai, sem vírgula, com pontos finais.
Eu não sei me expressar.
Palavras as vezes vazias.
Estou nessa onde de sono
Dormi bem
Dormi mal
Durmo muito
Acordo com sono, durmo
Acordo sem sono, durmo
A fada me segue
Ando sem saber como
Ando sem saber pra onde.

Rumo.

Palavras do Macaco Elias

Meu amigo me disse uma vez que todos precisamos de um pouco de caos nas nossas vidas.
Me lembrou que todos somos humanos e essa é a nossa maior pira.
Me fez imaginar como é a vida dos monges.

Os loucos são os mais sãos.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

esqueça o medo.
paixão me move.

Carta para um ex qualquer.

Disse um dia que não te amaria mais. Tentei fechar portas. Está lendo e pensa que essa frase é pra você, e pode até ser. Talvez eu ame você que não consiga deixa-lo. De que forma eu me desprendo (de vocês todos)?
Só um foi sem que o meu coração não sentisse dor, exatamente pelo fato de nunca ter partido.
Quanto mais tempo se passa, mais me preocupo com o seu bem estar e o que me aflige hoje é não poder estar perto pra poder cuidar de você, saber se está bem.
Hoje eu to recebendo um amor que você não foi capaz de me dar. Com carinho, cuidado e maturidade que você não teve. Eu não te culpo, seu tempo, sua idade, sua forma de lidar com o mundo. Ainda há muito para aprender, ambos, eu e você.
Eu vejo em ti um rapaz meio sem rumo, que não sabe ao certo o que fazer.
Eu vejo em ti alguém amargurado e que procura um pouco de carinho, sem pedir por e sem achar quem.
Eu quero ver em ti um adulto seguro de si e de suas opiniões.
Eu quero te ver feliz com alguém mais parecido contigo ou que entenda melhor os teus defeitos.
Sou jovem sem ser, sem  querer, e tentando ainda entender.

Espero que esteja bem.
Saudades,
Alinne.

domingo, 18 de agosto de 2013

minha partida se aproxima, não tem mais chuveiro quente, comida da mamãe.
minha ida vem sem volta.
to esperando o tiro pra sair correndo.
to esperando um sim.
larguei a arte, ar e ti.
quero meu café com leite e dreher, por favor.
estou com medo, acho que nunca mais vou me apaixonar.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Me encontro num caminho sem volta
Direitas
Esquerdas
Vazios
Direto
Larguei meu vícios e vejo meus erros
Ando sóbria
Onde vou parar?
Pra onde estou correndo?
I'm killing in the name of...
Do que é mesmo que estamos falando?
Me sentindo só, não é como queria estar.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Alimente minha infelicidade com discussões que não nos leva a lugar nenhum.
Aponte meus erros, coloque os dedos na minha cara.
Diga que quer errar comigo até onde puder, sem pensar que talvez esses erros desgastem, corroam o relacionamento.
E sim, espere que eu tome tudo isso sem me ofender, sem me magoar.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Acontece que eu descobri um vício.
Meu passado me preenche.
Nas minhas recaídas e medos acabo revisitando
Vejo olhos
Quero vozes
"almocinho?"
Tem gente que passa e deixa marcas
To com saudade do que não deveria ter

quinta-feira, 9 de maio de 2013

quarta-feira, 8 de maio de 2013

a súbita vontade de permanecer intocada na minha cama volta como se nunca tivesse sentido.
estou em meu casulo protetor, onde nada pode me machucar.
me desfaço dos meus deveres e me desligo.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Diz que o medo era algo comum a nós.
Diz que o sossego deve vir.
Diz que a tristeza passa com luta.

Dizia-se nada sábio.
Dizia-se ser.
Dizia o que queria.

Disse que eu precisava de rédias
Disse que precisava de cordas
Amarrou, sem dizer nada.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Eu vi de perto seus tropeços rumo ao abismo, mas como um recém nascido, parecia que nada do que te falava fazia sentido. Os toques muitas vezes eram tapas, e conselhos, broncas.
Foi tarde quando reparei no teu sofrimento e te vi já num caminho sem volta, como aquela fração de segundo, aquela cena manjada de filme onde o personagem espantado derruba um copo, caneca, ou qualquer coisa que tenha mão, no fim você sabe que vai acontecer e não consegue impedir.

incompleto.