quinta-feira, 31 de outubro de 2013

hoje acordei com vontade de deixar o mundo.
não que ele esteja me largando, ou brigando comigo.
só quero deixar as coisas passarem.
falta o desejo.
é como um barco que naufraga no meio do oceano.
já tive jardins no oceano.
já fiz ninhos.
hoje, afundo.

já não sei mais como passar por isso.
agridoce agora se misturam.
mas confesso estar mais amarga.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

nada como um bom soco na cara para inspirar e perceber que a vida não é um sonho.
Ela se depara com mais um escolha: saber se vai ou fica. As coisas não andam simples na cabeça de Jane, e o que ela pode fazer? Já não possui controle sobre sim mesma, acha que sabe, acha que entende, mas no fim e no fundo, ela não passa de uma garotinha mimada com problemas na administração de seu próprio ócio.
Os tempos mudaram e o que ficou, além de, claro, um maço vazio de cigarro, copos vazios de um destilado qualquer, cicatrizes.
Ela olha para cima como quem sabe a decisão que deve ser tomada, mas sua mãe pediu para que fosse enterrada por aquelas pequenas, frágeis até, mãos e mente menor ainda.
Jane olha para os céus pedindo respostas. Ela que antes não acreditava em nada, pediu em suplica, em prece, que tudo fosse mais simples. Em seguida se arrepende e pensa que se fosse a vida não teria graça e afinal, com quem ela estava falando, se não consigo mesma.
Sua dor cessa por alguns instantes, quando ela se lembra que nada daquilo realmente é.
A impulsão toma conta do ser como se fossem melhores amigas desde, sei lá, sempre. Suas mãos correm pelos braços, pernas e ela desconta.
Jane tem sua petit mort.
Jane vira.
Jane toma seus comprimidos.
Jane dorme.


(roubando personagens na calada da noite)

divago



me encarcero
me prendi em mim
agora entendo melhor
vejo as coisas com mais clareza
meus demônios não vão me abater
minhas escolhas são minhas e de mais ninguém
sou pássaro preso
prendi a mim mesma
certas jaulas no fazem pensar melhor

me desata e não percebe
escorri por entre os teus dedos
já não existe espaço 
sentimentos de amor são encobertos
são seus sentimentos confusos
você me busca nos seus pensamentos
eu já não existo mais
sou memória não lúcida
e tudo que tivemos
como saber se era real?
desatino e vou 
não é o primeiro
e nem será o último
good bye my friend
see you in hell?
please
discrente
discreta
sigo meu caminho
certo ou errado
sigo do meu jeito

sábado, 19 de outubro de 2013

viro vítima dos meus próprios atos.
eles me perseguem, me aprisionam dentro de mim mesma.

eu me lanço.
chego, entro sem bater.
para mais tarde,
pára mais tarde,
muito mais tarde...

a sorte, e a cara de pau,
me permitirem que você se permita.
desculpas necessárias.
meus demônios não me permitem.

há culpa
a culpa
de que lado
de que jeito

suspiro independente segura e libera o meu ar.
discorro por alto minhas atitudes, percebo que não são recíprocas aos meus desejos.
compasso em descompasso com ritmo percebido.

até onde sou capaz de me privar das minhas sensações?
até onde vou para satisfazer as deles.
uma fuga agora cairia como uma aliança,
adorno com diversos significados.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Real

a imagem fixada que eu não quero apagar.
o cheiro que se foi, mas finjo que está.
aquela camisa de banda que uso uma vez por semana
só pra ver se eu invoco um fragmento do nosso passado.
teu jeito que mudou, tua forma mudou, teu rosto.
espero que seu coração continue doce, que isso não tenha mudado.
apesar dos buracos no asfalto.

cool guy, take care.

don't forget: you're a sweet sweet boy, but it's a cruel cruel world.